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a pensar como recorro a este provérbio inúmeras vezes. É nestes momentos que a psicoterapia parece uma conversa de café. Ah! mas não se iludam. O trabalho de reflexão que daí advém é demasiado precioso.

É este SABER VIVER que requer competência, determinação e disciplina. Sim, CUSTA VIVER,  na medida em que, a vida esmaga-nos com tantas provações que exigem a nossa atenção e cuidado. E nem sempre temos energia e capacidade de transformar o desafio em oportunidade ou o conflito em aprendizagem ou a dor em poder de superação.

“O pessimista queixa-se do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas”. William George Ward

Como vivemos esta vida? Onde pomos a nossa atenção? 

Muitos de nós colocamos atenção na preocupação. Isto é, pré-ocupamos a nossa mente com o que pode, ou achamos que pode, vir a acontecer-nos. Neste caso, pomos a nossa atenção no futuro. Antecipamos. Outros de nós, damos atenção ao que nos aconteceu, ou não nos aconteceu, ou seja, centramos a nossa atenção no passado. 

Dar atenção significa focar ou valorizar um determinado pensamento ou emoção passada, presente ou futura. Quando focamos recorrentemente o pensamento numa doença, numa zanga ou numa desilusão, desencadeamos um funcionamento mental obsessivo. Aquela emoção, ideia ou imagem passa a ocupar grande parte do nosso pensar diário. 

Pensamentos obsessivos são aqueles que invadem inesperadamente a nossa mente e teimam em sair. Ficamos a magicar neles muito tempo, são circulares. Andam às voltas sobre si mesmos.  

Neste sentido, se supervalorizamos o negativo, a experiência desagradável, o copo meio vazio, a nossa mente passará a ocupar-se de tralha tóxica e a investir energia (ao pensar nela) no que de mau nos aconteceu e acontece e vai acontecer. Tornamo-nos pessimistas, catastrofistas, podendo implicar sintomas ansiosos ou depressivos.

É muito interessante investigar porque é que há pessoas que funcionam com pessimismo e antecipação do pior. Na verdade todos nós já fomos ou somos pessimistas até um certo ponto.

A nossa sobrevivência enquanto espécie assim o impôs. Os humanos primitivos precisavam de ser pessimistas para poderem sobreviver às ameaças constantes do ambiente. Nós fomos preparados biologicamente para sermos cautelosos. Comer um cogumelo vermelho que pode parecer maduro e apetitoso pode custar a continuidade da vida e da sobrevivência da tribo. A memória de uma situação dolorosa implica ser mais prudente na próxima vez. Portanto, o pessimismo tem o seu lugar enquanto mecanismo de proteção e desempenha o seu papel na nossa evolução. Precisávamos de ser pessimistas para enfrentarmos experiências ameaçadoras e negativas.

À medida que fomos evoluindo e progressivamente controlando o nosso ambiente, fomos desenvolvendo outras perspectivas, e aprendendo novas formas de lidar com as dificuldades da vida. Se nos confrontamos na nossa vida pessoal com situações que nos são familiares, que já resolvemos no passado, o pessimismo dissipa-se dando lugar a maior otimismo para solucionarmos a questão.

Hoje apesar de vivermos num mundo mais avançado e complexo, quando surge um descontrole colectivo, como uma pandemia, sentimos ameaça e temor pela nossa sobrevivência, tal como os nossos antepassados.

Perante o inesperado e a incerteza, remete-se  à sua condição essencial de ser mais prudente ou entrega-se a um pessimismo anacrónico?

Dê a sua opinião. Considera-se uma pessoa pessimista? Sim ou não? 

https://poll.app.do/pessimismo

Veja a parte 2 – em https://www.facebook.com/paulapriorguerrinha

Maria Paula Guerrinha
Arte-Psicoterapeuta
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